quinta-feira, 30 de junho de 2011 | By: Anderson Shon

Um Doce de Mãe

Se eu levo a colher a boca

E levo a colher ao doce

O doce azeda?

Mas é assim, tão depressa?!

Que nem conselho de mãe

Que de bate pronto

Tem a resposta no ponto

Para qualquer indagação

E se a resposta for não

É por que tem algo na questão

Que envolve uma namorada

Ou vicio na televisão

Realmente azeda?

Mas se for de laranja

De banana ou de cereja?

E se tiver em cima da mesa

Que já posta para o almoço

Acompanhada da reclamação

“Coloca mais, tá pouco”

Que me faz sentir um garoto

Do tipo que todos querem ser

Será que azedo mesmo?

Se for com a ponta da colher

É que seu doce tá muito bom, mulher!

Igual ao seu amor e paciência

Que te faz a mãe excelência

E um exemplo para dar

Se toda mãe for igual

E só o endereço é que difere

É porque no meu coração

Tem uma placa de “reserve”

E a chave está na sua mão

Obrigado mãe!

E se encerra a interrogação

Eu vou trocar essa colher

E assim o doce azeda não

O Menino Lobo

Um lobo

Um lobo de novo

Um uivo no surdo

O moço

Um moço menino

Um riso traquina

Indica o menino

O menino lobo

Com o uivo insolente

Que mente pra mente

Sobre a genialidade do louco

Um louco

Um pouco louco

Um lobo louco

Um lobo menino louco

Aqui Jaz Uma Tentativa

Só é dada uma chance de falha

Não queira gastá-la

É como se fosse à vida zero

E que alguém lhe avisasse

Que o abismo está mais perto

Ao som de um fúnebre piano

O dono do jogo cria a penalidade

A conseqüência da falta grave

E escolhe meticulosamente

Qual posição deve tomar

Paira a dúvida inexperiente

Entre expulsá-la do jogo

O adverti-la verbalmente

Prefere parar de pensar e sorrir

Fingir como uma hiena fêmea

Que não utiliza a sua ferramenta

E nem a esconde do vilão

Imitando os meios midiáticos

Ele arruma um impropério maior

Para poder mudar o foco

Fecha-se em sua caixa coronária

E avisa:

“Saia sem quebrar!”

Mrs Tipo e o Monstro Azul que Insiste em Renascer

Lá vai o Mrs Tipo

Com mais uma pertinente ligação

Justamente no seu sagrado entardecer

Mas bravamente

Entende que é hora da ação

E vai atrás do monstro azul

Que insiste em renascer

Ele já tentou cortar cabeças

Explodir joelhos

Aconselhar novas bandas

Resgatar velhos mantras

Mas o monstro é feroz

E com sua garra atroz

Destrói tudo a sua volta

E da felicidade nos faz esquecer

Maldito monstro azul

Que insiste em renascer!

Cumm on Monstro azul

O que fizemos a você?

Preserve o que há de feliz

Me conte qual é a matriz

De toda essa balburdia infeliz

E diga-me o que fazer

Assim seremos uma grande dupla

O Mrs Tipo

E o monstro azul

Que nos felicita ao renascer.

Algo Para se Agarrar

Prefiro acreditar

Na ciência dialética

Da coincidência

Ao me munir

De uma Santa ira

Que me extrai a vida

E justo ela

Que de tão utilizada

Torna-se tão pequenina

A me ater a um destino sapeca

Que de origem moleca

Faz brotar o nada

Pois o conceito deste fato

Não levaria ao sensato

Que é crer que o destino

Se mostra coincidente ou falho

Pois este sempre é

Refém do ato