quarta-feira, 16 de maio de 2012 | By: Anderson Shon

Criolo Doido


A flor de lótus vem do pantano
Para o nosso espanto
Por pensar que o amor só brota
Onde tem que brotar
E se eu te disser que de um bairro pobre
Um homem de aura nobre
Veio nos ensinar sobre o bem
A poesia, o coração bom
Sobre o que é nascer com o dom
De tocar aqueles que o tem
Em uma noite, quem diria
O homem que sabe o valor do Chocolate Suíço
Mas reafirma que o Cacau vem da Bahia
O reconhecedor dos Artistas de carne e osso
O freguês, o X, o Grajaú, o Doido
O negro, o Muambeiro, o Vasilhame, o Criolo
Obrigado pela poesia, pela reflexão
Pela certeza que bobo mesmo
É quem se acha esperto
Estamos juntos Criolo
Pois hoje você me fez ver
Que tudo já deu certo
Já deu certo.

Sotão do Inferno



O morno é o muro
Que não dá a cara
E nem desvia do murro
E não sabe em quem votar
Não na falsa democracia
Mas na democracia falsa
Que nos orgulhamos em brindar
Sem saber muito bem diferenciar
O julgamento da analise
A omissão e a simpatia
A alienação e a alegria
Se não podemos falar
Ao menos escutemos melhor
Já me contava minha vó
Que a falta de um sentido
Instiga algum outro
Mas estamos todos sem sentidos
Dando passos retos
Em um caminho torto
Dá para ser descente
Em uma época indecente, Harvey?
Eu já parei de tentar
Parei também de escutar
Pois, melhor do que ser o rei de um orelha
É ficar de longe pra ver a centelha