domingo, 25 de dezembro de 2011 | By: Anderson Shon

Cinco Crianças


Cinco Crianças sonhavam
Uma queria ser veterinária
Outra achava que no Natal
Ninguém podia fazer mal
A terceira sonhava com uma maquina
Que nunca a fizesse parar
A quarta gostava de pensar
E sabia que as palavras podiam guiar
Já a quinta criança
Vivia a esperança de realizar
Todos os sonhos sonhados
E que uma vez acordado
Relembrasse como era bom sonhar
Cinco crianças sonhavam
Enquanto um homem acordava.

625 Reais


A alma de um desesperado
Vale alguns poucos trocados
Vale a dignidade de um coitado
Que dorme com o fardo
E acorda pouco preocupado
Pois já não lembra
Não que isso ajude
O amanhã é sempre duro
Os trocados não compram o mundo
Mas vendem o coitado
Quanto vale a calma?
Vale menos quando a mesma está indo
Batendo na porta ou abrindo-a
Explicando o adeus
E simulando o tal Prometeus
Que teve cada pedaço tirado ao pouco
E no fim, com tudo oco
Pede que a calma volte a casa
E expliqua que seu valor é muito valioso
E que o trocado do maldito bolso
Não vale a sensação de paz do seu gozo
625 reais compraram uma tranquilidade
625 reais compraram uma inteligência
625 reais compraram uma paz
Não mais, não mais.
terça-feira, 8 de novembro de 2011 | By: Anderson Shon

O Dia Em Que Eu Não Vivi


Acordei

Acordei e saí

Pensei em não sair

Mas saí

Chovia bastante

O tempo feio me fez escutar rádio

Queria ouvir algo

Que me fizesse desistir

Mas não escutei

E saí

Trabalhei

Trabalhei no ritmo do dia

Feio, sem graça

Sem cor

Trabalhei para o gasto

Sem amor

Ouvi

Ouvi pensando longe

As palavras passearam

E até agora

Não deram as mãos

Ouvia o som da ilusão

Acordei acordado

E trabalhei

Voltei

Voltei e dormi

Pensei em não dormi

Na verdade

Nem pensei

Deitei e dormi

Dormi.



domingo, 28 de agosto de 2011 | By: Anderson Shon

O homem mais rico do cemitério

O homem mais rico do cemitério

Enxerga a morte com os olhos

De quem não quer vê

Não conta a vida com mais

De uma mão

E assisti os momentos

Invejando as cores da TV

Conta piadas sobre o nada

E não extrai o riso

Pois então sustenta uma riqueza

Que não lhe faz rico

E se senta a beira da sorte

O homem mais rico do cemitério

Entende a morte

Como um herói mal

Que sai da sua nave

Com a espada e o manto

E salva um cachorro,

A velinha e o santo

E se senta a beira da sorte

Esperando uma mão

Com a benção do anjo que voa

Mas não tem solução

O homem mais rico do cemitério

Não viu o cometa atingir a terra

sábado, 27 de agosto de 2011 | By: Anderson Shon

Sonho de Criança Part.1

Você está certo

Este lugar não é para mim

Não vivo de sonho

Não vivo de sono

Me deixe brincar

Eu já entendi que é o fim

Mas um passo à frente

E tudo pode acabar

Mas a minha carne é dura

Irei passar uma semana

Olhando-te com amargura

Pensando em como

Um coração de capitão

Não tem nenhuma compaixão

Com uma criança que só queria navegar

Para entender o porquê

Que tanta gente sai do mesmo lugar

Sonho de Criança Part.2

Toda imagem

Que sai da mente da criança

Que não se cansa

Sustenta uma esperança

Mas não entende o perigo

Vai projetando

O esquisito fogo amigo

Que vem de longe

E olha o mar sempre revoltado

Esquece a conversa, grita

Pula ao seu lado

Mas é só na cabeça da criança

Por favor Capitão,

Não se permita estragar essas dança

terça-feira, 23 de agosto de 2011 | By: Anderson Shon

Eu Te Amo

Eu te amo

Eu te amo amo

Eu te amo amo amo

Eu te amo amo amo amo

Eu te amo amo amo amo amo

Eu te odeio odeio odeio odeio odeio

Eu te odeio odeio odeio odeio

Eu te odeio odeio odeio

Eu te odeio odeio

Eu te odeio

Eu te...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011 | By: Anderson Shon

Santo, Santo

Todo santo é santo

Mas só é santo

Quem faz milagre

Todo milagre cura

Protege com uma armadura

Mas sem cobrir a estrutura

O alicerce feito pelo mal feito

Todo homem crê no milagre

Mas somente quando é tarde

E o jaleco já não tem o que dizer

Todo milagre nasce de um canto

Que põe fé no acalanto

E produz o desejo perdido

Pelo coração que não suporta o pranto

Todo homem canta

Seja o bom ou o velho

Solfejando notas com o sincero

Olhar que se esconde no canto

Mas se todo homem canta

E o milagre nasce deste mantra

Que por sua vez vem da fé no canto

Devo acreditar

Que todo que canta

É um homem santo

domingo, 7 de agosto de 2011 | By: Anderson Shon

Sr Popo, deixa eu ficar mais um minuto

A diferença do mundo real

Para o mundo de sonho

É somente um sono

E a risada que o faz acordar

E justifica os sorrisos bem vindos

Do gato ao lado

Que faz da trapaça uma lambança

Alertada pela sirene da ambulância

Que traz para madrugada

Uma bomba de novas gargalhadas

Enquanto de casa

A vida real insiste em destruir a ilusão

Na figura da satisfação

Que não entende o bem estar que faz

O simples fato de estar em paz

Deixando a vida levar o rumo que quiser

Ficando deitado ou de pé

E fugindo da rotina que tens

Pois o que importa na festa

É quantas palmas soará no parabéns

quinta-feira, 7 de julho de 2011 | By: Anderson Shon

Nós poderiamos ser tanta coisa

Um homem é um ser mutável

A mulher é um ser amável

E representante de cada

Que nós somos

Podemos deixar de lado

O vosso abandono

E nos deixar ser várias coisas

Nos deixar sentar a mesa

Com diversas facetas ao jantar

Escolher a melhor e conversar

Sobre os assuntos filosóficos

Que escolhem o lugar pernóstico

E nunca envolvem o dançar

Nós poderiamos ser tanta coisa

Qualquer uma delas convidar

O Dostoiévski, as cerejeiras

Ou os instrumentos que têm que lavar

Mas primeiro, chama o Camelo

E diz para ele

Manda a tal moça esperar

Nós queriamos ser tanta coisa

Nós poderiamos ser tanta coisa

Nós poderiamos ser a inteligência rara

A silhueta magra

Ou subir no habitat da gata

Mas dentre tantas coisas

Esqueci que poderíamos ser nada.

quinta-feira, 30 de junho de 2011 | By: Anderson Shon

Um Doce de Mãe

Se eu levo a colher a boca

E levo a colher ao doce

O doce azeda?

Mas é assim, tão depressa?!

Que nem conselho de mãe

Que de bate pronto

Tem a resposta no ponto

Para qualquer indagação

E se a resposta for não

É por que tem algo na questão

Que envolve uma namorada

Ou vicio na televisão

Realmente azeda?

Mas se for de laranja

De banana ou de cereja?

E se tiver em cima da mesa

Que já posta para o almoço

Acompanhada da reclamação

“Coloca mais, tá pouco”

Que me faz sentir um garoto

Do tipo que todos querem ser

Será que azedo mesmo?

Se for com a ponta da colher

É que seu doce tá muito bom, mulher!

Igual ao seu amor e paciência

Que te faz a mãe excelência

E um exemplo para dar

Se toda mãe for igual

E só o endereço é que difere

É porque no meu coração

Tem uma placa de “reserve”

E a chave está na sua mão

Obrigado mãe!

E se encerra a interrogação

Eu vou trocar essa colher

E assim o doce azeda não

O Menino Lobo

Um lobo

Um lobo de novo

Um uivo no surdo

O moço

Um moço menino

Um riso traquina

Indica o menino

O menino lobo

Com o uivo insolente

Que mente pra mente

Sobre a genialidade do louco

Um louco

Um pouco louco

Um lobo louco

Um lobo menino louco