Se toda ciência exata
Fosse exata
Não seria ciência
E não seria estudada
Para que fosse comprovada
A sua exatidão falsa
Se toda valsa
Fosse valsa da morte
Não teríamos a sorte
De viver mais um pouco
Meio médico
Meio louco
Louco médico
Médico louco
Se toda loira burra
Só é burra porque alguém falou
Mas inteligente e esperto
Se o tal julgador
Que na mentira acreditou
Em toda casa há uma sala
Em toda sala um quadro
E nele está aprisionado o belo
Pois o que eu quero
Eu tranco
Para por em exposição
Talvez isso explique
As dadas mãos do casal que briga
Mas não se curvam
Ao temor da descrição
Que leva ao caminho da negação
Se todo homem tem uma amada
O primeiro beijo, a primeira gozada
Que faz o coração raciocinar
Perdendo a razão
E na frente do imaginário altar
O faz dizer sim
Quando o certo é o não
Se toda bebida embebeda
É porque a sociedade é chata
E confundi o evoluir com o crescer
Mas quando a sanidade bate à porta
Pode ser tarde para querer descer
Se todo texto são palavras
Embaralhe e crie a mágica
Que é vomitar no escrever
Só para tentar expulsar um problema
Que está à venda
Mas não encontra uma loja que ouse vender
Se o dedo cair no centésimo, diz pra ele que ainda falta um.
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